março 10, 2017

Choques de Lucidez #5 - Autocrítica, pensar nas consequências dos comportamentos

Autocrítica, é aquele que se auto-avalia, pondera os seus actos, avalia o seu comportamento, ajusta-se, auto-corrige, reflecte sobre as próprias reacções e faz conjecturas de si mesmo. 

Lucidez
É extremamente importante entrarmos na esfera da humildade. Ter uma postura madura de quem analisa o seu papel enquanto ser humano, ser social, ser profissional e educador. A Autocrítica vai muito além de uma consciência superficial das próprias falhas. Pois até um psicopata tem essa consciência, mas não muda. É o segredo de quem pensa nas consequências do seu comportamento, de quem é fiel à sua consciência e imprime energia com o objectivo de transformar o seu caminho. 

Sabemos que a vida é muito breve, mas é longuíssima no que respeita a cometer injustiças, tropeçar, falhar e desenvolver conflitos. 

Os nossos comportamentos são sementes. As sementes são diminutas, frágeis, mas poderão disseminar-se, quer seja imediatamente ou no futuro. Pensar nas consequências dos nossos comportamentos é a base que nos permitirá construir um futuro saudável alicerçado num presente salutar.

Observações a ter em consideração a todos os que desejam ser mais autocríticos:

- Quem pensa que o sucesso é eterno poderá sentir-se deprimido ao descobrir que o sucesso é mais efémero e passageiro do que se imagina.
- Quem se sobrecarrega em actividades acreditando que a sua saúde é de ferro poderá surpreender-se quando o seu corpo entrar em colapso.
- Quem leva os estudos na brincadeira ficará surpreendido quando descobrir que não se preparou devidamente para viver numa sociedade que exclui os que brincam com a vida.
- Quem pensa que o amor dura para sempre e não se preocupar em cultivá-lo poderá assustar-se quando o seu parceiro perder o encanto por si e lhe pedir o divórcio. 

Nós influenciamos muito mais outros pelo que expressamos espontaneamente do que pelo que dizemos de uma forma elaborada e pensada. 

Porque é que reproduzimos na vida adulta os comportamentos que mais reprovámos nos nossos pais durante a nossa infância?
Porque os arquivamos continua e prolongadamente. 

Quem pensa nas consequências dos seus gestos sabe que as pessoas nos respeitam muito mais pela imagem que construímos dentro delas do que pelas palavras que proferimos. 

Vivemos numa sociedade ruidosa , que normalmente detesta o silencio. Cada vez mais as pessoas vão perdendo o prazer de estar em silencio, de praticar a interiorização, de reflectir e de meditar. 

O silencio não é sinónimo de aguentar calado para não explodir; o silêncio significa respeito pela própria inteligência, pela própria liberdade, a liberdade de se obrigar a reagir em situações de stresse. 

O silêncio e a tolerância são o vinho dos fortes; as reacções impulsivas são a bebedeira dos fracos. O silêncio e a tolerância são as armas de quem pensa; as reacções instintivas são as armas de quem não pensa.

A sabedoria e a autocrítica não se aprende nos bancos da escola, mas sim no traçado da existência. 


Lucidez

Enviar um comentário